Qual cenário as empresas orientadas por dados precisam desenvolver até 2025?

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As empresas orientadas por dados são aquelas que, de fato, implementam uma cultura data driven na sua rotina e processos.
Ou seja, essas organizações têm as suas tomadas de decisão pautadas efetivamente em análise e ciência de dados. Além disso, os colaboradores, independentemente do setor, voltam o seu mindset para esse contexto e praticam suas atividades observando o potencial de informações contido nos dados.
Com a evolução da tecnologia, desenvolvimento dos recursos de inteligência artificial, machine learning, bem como com a escalada do alfabetismo digital, esse conceito absorve ainda outros contornos: maior integração entre departamentos e entre capital humano e máquinas/plataformas ou ferramentas.
Neste cenário, a referência McKinsey compilou as características das empresas que conseguirão se sustentar e se diferenciar no mercado até 2025, tendo em vista todas as transformações digitais e as promessas de um online – offline cada vez mais interconectado.
Confira os principais apontamentos deste estudo logo abaixo, nos destaques do Guia.
7 Pontos principais do Guia das empresas orientadas por dados até 2025
Segundo o Guia “empresa orientada por dados de 2025”, da McKinsey, os negócios que, atualmente, já têm ao menos 20% de ganhos derivados do investimento em inteligência artificial (IA) terão mais facilidade em se adaptar ao contexto digitalizado do mercado, o qual irá se potencializar ainda mais até 2025.
Espera-se que neste curto espaço de tempo que temos até lá, a integração entre atividades humanas e aquelas desenvolvidas por máquinas seja ainda mais fluida, com recursos inovadores capazes de otimizar as visões preditivas dos negócios, a rotina de colaboradores e o modo de consumir experiência por parte dos clientes.
Nessa perspectiva, o investimento em certas habilidades irá melhor direcionar os negócios. Espera-se, assim, que 2025 seja orientado para dados da seguinte forma, de acordo com a avaliação da McKinsey:
1) Dados incorporados em cada decisão, interação e processo
Prevê-se que as empresas do futuro terão todas as tomadas de decisão, das mais simples às mais complexas, pautadas em dados.
Para isso, os negócios irão abrir mão de planejamentos muito gradativos e demorados, para recepcionar a ideia de roteiros mais curtos com técnicas de dados inovadoras e que podem “resolver desafios em horas, dias ou semanas”.
As atividades do dia a dia estarão automatizadas, direcionando o capital humano para atividades que somente pessoas conseguem reproduzir com excelência e originalidade, como inovação, colaboração e comunicação.
Diante disso, haverá o crescimento de novos aplicativos sofisticados que não estão amplamente disponíveis hoje.
2) Dados são processados e entregues em tempo real
Até 2025 espera-se que a estrutura tecnológica comporte uma transmissão de dados em latência ultrabaixa, assim como já se apresenta na rede 5G, só que em larga escala.
Isso significa dizer que as empresas conseguirão coletar, armazenar e/ou transmitir dados em uma velocidade nunca antes vista, em tempo real, transformando de vez a experiência do consumidor.
As novas tecnologias, pautadas numa estratégia omnichannel e, por isso, mais onipresentes, como as arquiteturas kappa ou lambda, permitirão análises avançadas realizadas na hora e que levarão a percepções mais rápidas e poderosas para todas as empresas.
Espera-se que a tecnologia esteja disponível para todas as organizações, uma vez que o custo da computação em nuvem será mais baixo.
3) Os armazenamentos de dados flexíveis permitem dados integrados e prontos para uso
Haverá, segundo o estudo, um aproveitamento de diferentes estilos de banco de dados e não somente os dos populares dados estruturados.
• bancos de dados de séries temporais
• bancos de dados de gráficos
• bancos de dados NoSQL
Esses são alguns exemplos de possibilidades de bancos de dados que irão exonerar os engenheiros de dados do tempo de trabalho para se explorar um conjunto de dados de forma manual. Ou seja, serão formas mais flexíveis de organização de dados.
É o que se vê no seguinte trecho do estudo:
“Isso permite que as equipes consultem e entendam os relacionamentos entre dados não estruturados e semiestruturados de maneira mais fácil e rápida, o que acelera o desenvolvimento de novos recursos orientados por IA e a descoberta de novos relacionamentos nos dados para impulsionar a inovação”.
4) O modelo operacional de dados trata os dados como um produto
Até 2025 observa-se que os ativos de dados serão organizados e suportados como produtos, independentemente de serem usados por equipes internas ou clientes externos.
Isso irá contribuir para que haja equipes específicas para o manejo desses produtos, representadas por times exclusivos, ou “esquadrões”,”donos” desses dados. Assim, será otimizada a segurança de dados e o desenvolvimento de engenharia de dados. Também haverá uma implementação do autoatendimento e de ferramentas analíticas.
Tais produtos irão evoluir de forma contínua e de maneira rápida para acompanhar as necessidades dos consumidores. Com isso, DataOps (DevOps para dados) e processos e ferramentas de integração e entrega contínuas irão se conectar para fornecerem soluções de dados que poderão ser utilizadas mais facilmente e de forma repetida, a fim de driblar diversos desafios dos negócios e “reduzir o tempo e o custo do fornecimento de novos recursos orientados por IA”
5) O papel do chief data officer é ampliado para gerar valor
Até 2025 a ideia é que as empresas de sucesso consigam transformar suas atuais equipes de CDOs em verdadeiras unidades de negócios.
A partir disso, os chief data officer e seus colaboradores irão ter responsabilidades sobre os lucros e perdas da empresa. Dentre as atividades que se almeja com essa coalizão de equipes de negócios estão:
• desenvolvimento de novas formas de usar dados, desenvolvimento de uma estratégia holística de dados corporativos.
• incorporação dessa estratégia com a estratégia de negócios.
• incubação de novas fontes de receita que monetize o serviços de dados e compartilhamento de dados
6) Associações ao ecossistema de dados são a norma
Distanciando-se do panorama atual, no qual os dados são isolados mesmo dentro das organizações, essa característica almeja que até 2025 os negócios mais complexos e de maior porte estejam utilizando plataformas de compartilhamento de dados para facilitar, dentro e entre empresas, projetos que têm sua orientação via dados.
Haverá, portanto, uma economia de dados, sob a qual a s empresas participarão ativamente, facilitando o agrupamento de dados para a criação de insights com maior valor agregado para todos os seus membros.
Outro ponto avaliado é a crescente troca e combinação de dados, que permitirá capacitar as “empresas a criar produtos de dados verdadeiramente exclusivos e proprietários e obter insights deles”
7) O gerenciamento de dados é priorizado e automatizado para privacidade, segurança e resiliência
O que já começou hoje como as leis reguladoras da conformidade do tratamento de dados, tal qual a LGPD, impulsionará o cenário da cibersegurança e do uso transparente desses ativos até 2025.
Tem-se que a privacidade, ética e segurança dos dados serão conceitos amplamente trabalhados nas organizações, representando áreas de competência obrigatória.
Os consumidores estarão mais conscientes dos seus direitos em relação a esse contexto, enquanto as ameaças e riscos às redes continuarão se sofisticando.
Por isso, empresas que desejarem se manter no mercado irão se dedicar ao desenvolvimento de políticas e ferramentas direcionadas à segurança da informação.
• Procedimentos de backup automatizados e quase constantes para garantirem a resiliência dos dados;
• Procedimentos de recuperação mais rápidos estabelecerão e recuperam rapidamente a “última cópia válida” dos dados em minutos, em vez de dias ou semanas;
• As ferramentas de IA ficrão disponíveis para gerenciar os dados com mais eficiência.
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O Guia da McKinsey ainda faz uma avaliação sobre como as empresas orientadas por dados se encontram em 2022, e complementa o conteúdo com dicas práticas para gestores começarem uma cultura data driven realmente efetiva nas empresas a partir de hoje.
>>>> Leia também: “Data-driven: fuja dos mitos e vá além na cultura de análise de dados”!